Apocalypse Now

março 31, 2011 at 9:09 pm (Uncategorized)

My film is not a movie. My film is not about Vietnam. It`s Vietnam. It was really like. It was crazy. And the way we made it was very much like the way americans were in Vietnam: we were in the jungle, there were too many of us, we had access to too much money, too much equipment. And little by little we went insane.

Francis Ford Copolla, sobre Apocalypse Now

Quando Copolla finalizou O Poderoso Chefão, antes de lança-lo no cinema e alcançar fama e dinheiro com aquele que é um dos mais respeitados filmes de todos os tempos, ele confessou a alguem: “eu fiz um filme longo que só tem conversas em quartos escuros. Ninguem vai querer ver.”

Copolla é o diretor mais velho , e praticamente lider da geração de cineastas que mudou a forma de fazer cinema nos EUA  nos anos 70. Foi um dos primeiros cineastas americanos a aplicar em hollywood os fundamentos da escola europeia de cinema dos anos 60 que afirmava que o diretor de um filme é um autor, um artista. Um filme deve refletir o estilo de cada diretor. Hoje, é facil pra gente entender que essa é uma ideia óbvia. Temos inúmeros exemplos de diretores cujas filmografias são bem homogêneas no sentido da estetica. Por exemplo, é muito fácil reconhecer um filme de Tim Burton, ou de Quentin Tarantino. Seus filmes, apesar de variarem bastante nos temas, denunciam seus estilos. Nos EUA, antes da década de 70, um diretor nada mais era que um empregado do estúdio que financiava o filme. Ele era pago pra garantir que os atores estivessem nas suas marcações e dissessem suas falas corretamente. Uma vez que terminada a filmagem, o trabalho do diretor estava pronto, ele não se comprometia com pré, nem pós-produção, e não tinha o direito de colocar a sua visão da historia no filme.

Com estúdios indo um a um quase à falência por causa dos épicos caríssimos que não mais atraiam público como na época de E o Vento Levou.., e filmes com orçamentos mínimos, e que por causa disso com maior liberdade para os diretores, fazendo cada vez mais dinheiro (como Bonnie e Clyde, Sem Destino, A Primeira Noite de um Homem), uma nova era foi fundada ( a Nova Hollywood) com mais liberdade de criação para os diretores, contando que ficassem dentro do orçamento, e temas que jamais tinham sido tratados no cinema foram postos na tela. Os herois e galãs deram lugar ao homem comum na maioria dos filmes, e um clássico foi lançado após o outro (O Poderoso Chefão, Taxi Driver, O Exorcista…).

Grandes cineastas começaram a fazer filmes nessa época (Scorcese, Spielberg..), e Copolla foi o principal deles. Apocalypse Now foi um filme de Copolla de 1979. É um filme envolto em inúmeras dificuldades e histórias hoje lendárias: Martin Sheen ( o pai do loucão do Charlie Sheen), protagonista do filme, sofreu um ataque cardíaco durante as filmagens, que foram feitas nas Filipinas no meio da selva e estavam programadas para 112 dias e acabaram se estendendo a 238, Marlon Brando apareceu obeso sem ter lido uma página do Coração das Trevas, livro no qual se baseia o filme, tufões recorrentes destruiram cenários, helicópteros usados no filme  foram alugados do governo filipino que mandava representantes no set para confisca-los de uma hora pra outra, etc. Copolla quase foi a falencia por ter hipotecado seus bens para financiar o filme. Um documentário, chamado Hearts of Darkness,  feito a partir de converas de Copolla e sua esposa, secretamente gravadas por ela durante a produção, retrata bem o que ele impôs a si mesmo, à sua familia e a todos os envolvidos com o filme para que ele fosse realizado. Em vários momentos do documentário Copolla diz não  saber o que estava fazendo e que tinha certeza que o filme não prestaria, e mesmo assim colocou na roleta tudo que tinha pra realiza-lo, inclusive sua sanidade mental. Tudo isso, para não perder o controle (ou a ilusão de controle) sobre sua obra.

Robert Duvall, numa das mais famosas cenas do filme.

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Filmes pra se ver depois de levar um fora

fevereiro 14, 2010 at 9:19 pm (Uncategorized)

Hitch é um filme bonitinho. Ele fala de um mundo onde sempre é primavera e gordinhos simpáticos saem com supermodelos. Só que esse mundo, bem, ele não existe. 500 Dias com Ela fala do outro mundo, com estações bem definidas e onde modelos e gordinhos não se conhecem.

Antigamente, em filmes desse tipo (desse tipo comédia romântica) é a mocinha que é fissurada em se apaixonar. Menos antigamente a donzela passou a ser fissurada em trabalhar, mas se não for atrapalhar a carreira ela tá afim de se apaixonar também. Em 500… a  senhorinha nem acredita nessas coisas, filha de pais divorciados, pra ela, “amor de filme” simplesmente não existe. Nesse caso é o cara do filme que quer muito se apaixonar.

E esse cara tinha tudo pra ser um saco, mas graças à atuação na medida de Joseph Gordon-Levitt, ele não é. O mulequinho de 10 Coisas que eu Odeio em Você conseguiu construir um personagem melancólico sem ser exatamente triste,  mas sempre exposto e vulnerável às coisas que acontecem durante os 500 dias que ele passa com Summer.

Summer, a menina por quem ele se apaixona é realmente apaixonante. O melhor jeito pra defini-la é esse: se você quisesse ficar com sei lá, Megan Fox e ela obviamente não quisesse ( eu conheço minha meia-dúzia de leitores e ela não ficaria com nenhum) não tem porque você querer continuar perto dela, mas se a Summer nao quiser, ser só amigo dela já tá ótimo (é sério).

Esse é o primeiro filme do diretor Marc Webb, que é o cara que vai passar a dirigir os novos filmes do Homem-Aranha (que aliás vai zerar a contagem, tipo o que aconteceu com Batman). Ele era (ou é, não sei) diretor de videoclips com historinha, tipo Ocean Avenue do Yellowcard. Talvez por isso o filme tenha um visual e montagem tão bacana (a história não é contada linearmente, vai do dia 143 ao 1 depois ao 23 etc.). A trilha é maravilhosa, (inclui The Smiths, uma música bem legal da cantora canadense Feist, Carla Bruni…) e encaixa perfeitamente com o filme.

No final ele não deixa a sensação de “já vi isso antes”, e mostra o quanto é difícil pra nossa geração, (bombardeada por cultura pop que por vezes nos faz achar que uma música vai tocar quando beijarmos a garota, que sempre vamos saber o que dizer e que a modelo e o gordinho vão terminar juntos), se apaixonar  saudavelmente.

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p.s.

fevereiro 14, 2010 at 6:32 pm (Uncategorized)

Eu prometi nos primórdios do blog que os textos postados teriam sempre sua qualidade discutível. Por isso, a meia-dúzia de pessoas que ainda lê isso aqui (meia-dúzia nos meus sonhos mais megalomaníacos) deve ter estranhado o último post sobre o filme “A Viagem de Chihiro” e o sobre ” Clube da Luta” que são indubtavelmente mais sofisticados que os outros. Então, quando vocês tiverem essa sensação estranha de estar lendo um texto bem escrito, dá um confere em quem postou, que provavelmente terá sido meu distinto primo.

Logo, o Cucamovies, esse fazedor de opiniões, baluarte da cultura pop, cuja influência é imensurável na cena blogueira do país, tem dois autores. Philipe e Matheus Amaral. De minha parte, a promessa de postar texto mal-feito continua..

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A Viagem de Chihiro

dezembro 1, 2009 at 7:03 pm (Uncategorized)

 

“Beauty, power, mystery, and above all, heart.” – James Cameron 

Veja, não está em mim ser preconceituoso, mas quando ouvi falar de A Viagem de Chihiro o pensamento exato que me veio à cabeça foi “porra, desenho japonês… ”. Sempre achei esses caras que curtem mangá, anime e essas coisas japas fossem meio estranhos. Alguns são. 

O que eu não sabia era que eu própio tinha referências precipitadas sobre o assunto. 

É claro, tive minhas fases de Cavaleiros do Zodíaco, Pokémon e nunca deixava de alimentar meu Rakuraku Dinokum, só que minha curiosidade sobre o entretenimento japa se limitava àquilo que estava na moda aqui no trópico. Eu disse entretenimento, porque afinal sempre admirei a cultura e a filosofia oriental. 

Nunca havia me aprofundado ao ponto de tomar consciência de que aquilo que chegava a mim através do Cartoon Network, era uma migalha daquela cultura que bombava no Japão. 

Chihiro e Haku

 

Foi quando conheci a Viagem de Chihiro que pude vislumbrar por um instante o Adult Swim por de trás do universo anime. Só aí  me dei conta que alguns daqueles caras de meia idade, que eu sempre havia achado meio freaks por ficarem tão fascinados com desenhos orientais, tinham de fato um bom motivo pra isso. Não era o tipo de desenho feito pra viciar a gurizada. Era arte. Mais que isso; as produções de Hayao Miyazaki, fundador do Studio Ghibli eram dotadas de uma maestria única. Tramas complexas, uma sensibilidade poética fora do comum para o gênero e uma capacidade absurda de criar sensações de tensão, nostalgia e até excitação, essas são algumas das características de Miyazaki, segundo minha humilde e amadora visão. 

Spoilernopse 

A família Ogino está de mudança para uma nova cidade. O casal, Akio e Yuko, estão muito empolgados com a viagem. Mas o mesmo não acontece com sua filha Chihiro, uma garotinha de 10 anos que está muito chateada por ter que deixar todas as suas lembranças e amigos de infância para trás. Nas mãos, ela carrega um buquê de flores, o último presente que ganhou antes de ir embora. 

Chegando a nova cidade, o pai pega um atalho e a família acaba parando na frente de um imenso prédio vermelho no qual um túnel infinito boceja como uma boca gigantesca. Atraídos pela curiosidade, os três seguem caminhando através do túnel. Mesmo com muito medo Chihiro acompanha os pais. 

Do outro lado do estranho prédio, os três encontram uma cidade misteriosa e deserta. Depois de andar alguns passos, Akio e Yuko, avistam um suculento banquete e começam a devorá-lo. Chihiro deixa os pais por um instante para conhecer o local, ate que para numa ponte, de repente, aparece Haku, um misterioso jovem que pede para ela sair dali antes de anoitecer. Ela corre para encontrar seus pais, mas quando chega perto deles vê que os dois transformam-se em porcos, e fica apavorada. 

Perdida e sozinha, a pequena Chihiro se vê diante de um mundo repleto de espíritos, monstros e deuses. Para sua sorte, Haku vai ajudá-la. Ele ensina a Chihiro o melhor caminho para se chegar até a bruxa Yubaba, a dona da casa de banhos e que pedisse para trabalhar no mesmo. Caminho ela conhece Kamaji e Lin, os dois, assim como Haku, ajudam a se acostumar com esse mundo.
 

A feiticeira revela que todos os humanos que entram em seus domínios são transformados em animais, antes de serem devorados. Aqueles que não têm o triste destino precisam provar seu valor no trabalho, ou são condenados à morte. Sem alternativa, a menina faz um trato com Yubaba para trabalhar na casa de banhos, renunciando sua humanidade e mudando de nome, que passa a ser Sen. 

Enquanto trabalha, Chihiro terá que descobrir uma maneira de encontrar suas lembranças, salvar seus pais e sair da cidade, ou então será escrava da bruxa para sempre… 

Fonte: Wikipedia 

   

Critivisão 

Os filmes de Miyazaki não podem ser vistos apenas, o que dá o tom magnificência é a trilha sonora apuradíssima que anda de mãos dadas com o belo visual de suas obras. O responsável por isso é Joe Hisaishi, parceiro de Miyazaki em suas produções. 

cena de uma sensibilidade impressionante

 

Assim que conseguir achar o link eu posto aqui pra quem quiser baixar e conferir. Pra quem não está com tanta preguiça é só fazer uma pesquisa rápida que encontra. Eu sempre levo umas faixas no meu iPod. 

Atente principalmente para a faixa 16 (Roku Banme no Eki ou The Sixth Station em inglês) é a trilha respectiva a uma das mais belas cenas já produzidas em um desenho. A cena da Estação de Trem carrega uma sensibilidade poética que eu jamais tinha visto em nenhuma outra cena de animação. Impossível transmitir a sensação plena de nostalgia e melancolia quando assisto à esta cena. Nostalgia não sei de que, melancolia não sei porque.(?) Sim, algo sem explicação. Esse é o alcance da grande arte. 

 

  

  

  

  

Coisas Técnicas 

Título Original : Sen to Chihiro 

Ano : 2001 

Duração: 125 min 

Prêmios: 2002 – Urso de Ouro no Festival de Berlim,  2002 – Oscar de melhor animação em 2003. 

Referência: aqui e aqui

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Inglorious Basterds

outubro 30, 2009 at 11:57 pm (Uncategorized)

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Quentin Tarantino contou numa entrevista que quando era pequeno, por causa de um aniversário podia escolher entre dois presentes: ou seus pais o levariam a Disney, ou o levariam ao cinema assistir um filme que ele queria muito, mas que por ser inapropriado para sua idade, não podia ir sozinho. O retardado escolheu ir ao cinema.

E não é impossível que outro garotinho lesado faça uma escolha semelhante hoje, trocando a Terra do Mickey pelo novo, desvairado e excelente filme desse demente; Bastardos Inglórios.

Faltava um filme dentro do contexto da 2° Guerra feito por Tarantino. Outras guerras já foram retratadas no cinema sem tomar partido por um lado, mas por causa do holocausto, a tendência dos cineastas é abordar essa guerra a partir de conceitos bem definidos de mocinho e bandido. Os’’ inglorious basterds’’ do filme formam uma espécie de milícia que percorria a França ocupada caçando nazistas para torturar, matar e escalpar. E como é do feitio de Tarantino, ele não faz qualquer julgamento dos seus personagens, ele simplesmente os cria ( o que é sua especialidade aliás, criar personagens e entregá-los ao ator certo, caso do Jules de Samuel L Jackson, da Noiva de Uma Thurman e nesse Bastardos, caso do Hans Landa de Christopher Waltz),coloca todos no mesmo filme e põe eles pra se matar.

A longa cena do início do filme lembra muito a do final de Pulp Fiction, e prova que Tarantino tem um talento exclusivo para construir cenas de diálogo (só perde para Manoel Carlos e Jaime Monjardin, responsáveis pelas soberbas cenas de Tais Araújo e seu marido velho em Viver a Vida).

Tratando-se de um filme de quem é, nem precisa falar da violência e que a câmera não vai desfocar, nem desviar. Cabe a você quebrar o pescocinho pro lado. A trilha sonora é bem diversificada (vai desde um tema faroeste estilo Ennio Morricone nos créditos, até os acordes similares à Rage Against que tocam no trailer). O roteiro e como ele é montado prendem a atenção até o final, e no final, e essa é uma frase estranha, chega a dar pena dos nazistas.

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Top 5

agosto 28, 2009 at 4:26 am (Uncategorized)

Estamos acostumados com hierarquias desde o jardim de infancia, e nas comunidades que estamos envolvidos quase sempre está claro quem que manda, e quem que manda depois de quem manda mais. Hierarquias fazem sucesso até no entretenimento, é só se ligar nas várias top lists que são publicadas. Desde as normais como top 10 filmes do ano até as nada a ver como top 10 celebridades mais ricas com menos de 35 anos (esta bastante útil para seqüestradores, golpistas e saqueadores). E é sempre dez, estranho isso, quase nunca você se vê tops 13 ou tops 17. Beleza, a top list do CQC é top 5, mas sei lá, 5 é metade de 10, então é tipo uma meia top 10.

De vez em quando vou fazer umas listas e colocar aqui. Mas já que a gente tem que conviver sempre com hierarquias, as listas daqui não serão hierarquizadas, ninguém vai ser melhor que ninguém, vai ta tudo misturado. A primeira vai se referir as 5 melhores falas dos filmes que eu já vi. As cinco cenas a seguir são de filmes onde o roteiro certo encontrou o ator certo pra interpreta-lo.

1. Eu era meio metidinho quando era pequeno quando ia na locadora, e pegava filmes que eu não tinha idade pra entender. Pulp Fiction do Tarantino foi um dos que eu vi fora da idade. Tanto que na época eu não gostei. Mas mesmo naquela época eu fiquei impressionado com a cena mais intensa, que é a do assalto no final. Nela, Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), depois de um dia esquisito, vai lanchar numa lanchonete (isso é pleonasmo?) que acaba sendo assaltada. O assaltante é meio babaca e ele toma conta da situação, e enquanto ele faz isso, vai dizendo o melhor roteiro que Tarantino escreveu na vida, e de um jeito que se o telefone tocar ou alguém te chamar você não atende de tanta atenção que você ta prestando . A melhor parte é no final, quando ele recita uma passagem da Bíblia e depois a câmera da um close, e ele dá a sua interpretação da passagem.

Jules: Now I want you to go in that bag and find my wallet.
Ringo: Which one is it?
Jules: It’s the one that said Bad Motherfucker on it.

pulp fiction

2. Dá vontade de pintar a cara de azul, arrumar uma espada e lutar pela libertação da Escócia depois que William Wallace faz seu discurso pra um exercito de camponeses relutantes na cena da Batalha de Stirling:

Wallace: Yes. Fight and you may die. Run and you will live, at least awhile. And dying in your bed many years from now, would you be willing to trade all the days from this day to that, for one chance, JUST ONE CHANCE, to come back here as young men, and tell our enemies that they make take our lives, but they will never take our freedom!!

Braveheart

3. É do Slot (qué chocolate) que todo mundo lembra dos Goonies, mas o gordinho que liberta ele é o mais engraçado. A cena da tortura é hilária demais. Busca no youtube: “gordinho dos goonies, cena do liquidificador” e reveja essa obra-prima. Vê dublado mesmo que a dublagem é genial (nível Chaves).

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4. A cena da conversa entre Robin Willians e Matt Damon no parque em Genio Indomavel. Geralmente nessas cenas, fica uma musiquinha irritante no fundo que implora pra você se emocionar com o dialogo. Gus Van Sant, diretor do filme, sabiamente optou por não mendigar umas lagrimas na que é realmente a cena mais emocionante do filme. Durante a maior parte, a trilha sonora são barulhos de carros e pessoas que passam pelo parque. A cena emociona naturalmente, graças à atuação soberba de Robin Willians, ao suave movimento da câmera que corta abruptamente para a reação do personagem de Matt Damon na hora certa e a opção de incluir a trilha sonora apropriadamente somente no final.

Damon - Good Will Hunting

5. O melhor filme dos anos 80 não é Touro Indomável. É Curtindo a Vida Adoidado. E uma das melhores cenas é a do inicio. Quando ele explica como e porque tirar um dia de folga. “E eu ia perder um dia ensolarado como esse enfurnado naquela escola?”

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Clube da Luta

agosto 7, 2009 at 1:54 am (Uncategorized)

Ousado e perigoso.

Se pudesse usar apenas duas palavras pr’a classifica-lo seriam essas.

Resumir é sempre necessário em se falando de Clube da Luta, pois é impossível transmitir em poucas palavras todo o alcance dessa produção. Por isso vou colocar aqui o que considero os pontos-chave da trama.

Inspirado na novela de Chuck Palahniuk – o cara que faz platéias desmaiarem quando lê suas obras em público – Clube da Luta está longe de ser um enlatado de porradaria. Muito longe.

Se você está munido apenas de meia dúzia de neurônios ou só está afim de ver o “coro come”, a “casa cai” ou “o baguiu ficá doido”, ou ainda se você tem dificuldades em ler nas entrelinhas, pare de ler isso e vá assistir aos filmes do Chuck.

o Mestre de todos os mestres

o Mestre de todos os mestres

Spoilernopse

A trama se dá a respeito de um executivo médio (Edward Norton) relativamente bem sucedido, sofre de insônia e vive o tédio e a solidão da sociedade urbana atual.

Frustrado com seu estilo de vida superficial, ele tenta preencher suas lacunas de frustração existencial com “prazeres imediatos”. Sounds familiar?

Se você pensou em drogas, big macs ou sexo barato, esqueça. É muito pior. Seus vícios variam entre comprar mobília de catálogos pelo telefone e até participar de grupos de auto-ajuda – falarei disso mais adiante.

Em uma de suas viagens a trabalho ele conhece Tyler Durden (Brad Pitt, insano) um vendedor de sabão com discurso questionador ao estilo “vintage gigolô”, que durante o desenrolar da história vai revelando sua personalidade hilária/lunática. 

O personagem de Edward Norton – o qual não tem o nome citado em momento algum durante o filme – após uma misteriosa explosão em seu apê, se vê sozinho e sem rumo. É aí que ele toma a decisão de entrar em contato com Tyler, sem saber que essa seria a decisão que desencadearia uma série de eventos bizarros e que colocariam de cabeça pra baixo seu estilo de vida e forma de pensar e agir. Levando-o assim a uma jornada de auto-conhecimento bem excêntica.

Critivisão

Eu sou um fã incondicional de filmes – e livros – narrados pela personagem.

É um estilo que, na minha opinião, faz você sentir, ver e ouvir tudo segundo a visão da própia personagem. É sútil, mas mágico.

Nesse aspecto Clube da Luta é nota 10.

O Narrador, com um senso de humor perigosamente sarcástico e passivo, consegue transmitir examente a personalidade frustratada de um cidadão médio de inteligência apurada. O que se liga exatamente a uma, das várias mensagens que o filme tenta transmitir.

Ao evoluir em uma sociedade moderna e materialista como a nossa, o homem deixa de saciar algumas sensações e impulsos instintivos de sua natureza animal, como sentir dor, raiva, passar frio e fome; e isso – na visão anarcoprimitivista do filme, encarnada por Tyler Durden – acaba por criar na civilização uma legião de zumbis que vivem sob o “transe hipnótico” de fazer dinheiro, fazer conforto, acumular bugingangas e esquecem de seguir seus instintos, viver de forma intensa e ousada.

É exatamente ao reprimir esses instintos que o homem moderno passa a sentir a frustração, e a sensação de que algo está faltando em sua batalha diária, não pela sobrevivência, mas sim pela conveniência.

A escolha do elenco foi talvez o ponto mais alto desse projeto.

Edward Norton a cada filme vem se tornando um de meus atores favoritos. Em Clube da Luta ele encarna completamente sua personagem. O ator perfeito para o papel, simplesmente.

Brad Pitt, sem comentários. Totalmente desnaturado, genial!

Sua personagem (Tyler Durden), ficou em primeiro lugar na lista dos 100 melhores personagens de todos os tempos da Empire Magazine.

Obviamente há controvérsias, mas foda-se. Tyler é o cara!

Helena Bonham Carter também arrebatadora no papel de Marla Singer, uma desajustada social sem rumo, que acaba caindo nas graças do dois em um do filme.

Helena também levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante

A trilha sonora também está no mesmo nível que todas as outras qualidades técnicas do filme. Desde Tom Waits a Pixies, e Dust Brothers que conseguiram criar uma trilha compatível com o cenário urbano sombrio e depressivo da trama.

Portanto, afim de ver um filme inteligente, altamente perturbador com grande elenco e produção nota 10, Clube da Luta é uma ótima pedida.

Sem dúvidas está entre os melhores filmes de nossa geração, e esse

ano (2009) completa 10 anos.

No entanto, como eu disse anteriormente, é um filme perigoso. Portanto, se você não tiver uma refêrencia razoável eu desaconselho, você pode se tornar dependente da filosofia.

Salvo isso,

eu recomendo altamente.

Coisas Técnicas

Título Original : Fight Club

Ano: 1999

Duração: 139 min

Elenco: Edward Norton, Brad Pitt, Helena B. Carter

Prêmios:  Helena Bonham Carter venceu o Empire Award na categoria de Melhor Atriz Britânica, em 2000.

 

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Não Espere Muita Coisa

julho 25, 2009 at 3:28 am (Uncategorized)

Quando eu fui ver o novo Indiana Jones no cinema , fui com a postura errada: com a certeza de que seria tão bom quanto os outros. Doce ilusão. Foi assim com Homem Aranha 3 também, (nada, nada justifica ele virar emo no meio do filme), até Senhor dos Anéis me decepcionou um pouquinho (tiquinho de nada) de tanto que falaram dele antes de eu ver. O que eu estou querendo dizer é o seguinte, não vá pro cinema achando que o filme vai ser ótimo, no máximo bonzinho. As chances de você se decepcionar com qualquer coisa aumentam se você colocar essa pressão em cima, a de ter certeza que vai ser ser “melhor que lasanha”.

Por isso que muita gente não gostou do Doze Homens … porque o Onze realmente é mais que lasanha. Mas a culpa não é do filme, é sua, que foi cheio de coisa vê-lo por causa do anterior. E por não ter gostado do Doze, não foi ver o Treze. Mas deveria ter ido, porque de forma lógica: se o aumento de expectativa aumenta as chances de decepção, a redução da mesma aumenta as chances de “não decepção”. E 13 Homens e um Novo Segredo não só não decepciona como é bastante divertido. Diferentemente do primeiro, que é só no final que você entende o plano dos caras, nesse, o plano é do jeito que você ta vendo mesmo, é só acompanhar, (mas eu fiz bastante uso da setinha voltada pra esquerda do controle). Em Treze, o vilão é Al Pacino, que está meticulosamente caricato (isso é um elogio), e quem viu Poderoso Chefão vai entender que se Marlon Brando estivesse vivo seria o vilão do Quatorze. (e por falar em Al Pacino, não veja As Duas Faces da Lei, é sério, não to tentando diminuir sua expectativa, o filme é ruim mesmo). A dupla Rusty/Daniel (tio Brad e tio-avô George) está hilária também. Os dois hoje são o John Lennon e Paul McCartney do cinema. É no entrosamento da atuação dos dois (tem cena que eles riem um da cara do outro de verdade) que o filme se sustenta. A ultima vez que se viu isso no cinema com essa naturalidade foi na dupla Robert Redford e Paul Newman. Se você quiser conferir isso, vai na seção de filmes velhos da locadora e pega Golpe de Mestre, filme “mais que ceia de Natal”. Foi lançado na década de 70 e como Onze, Doze e Treze é sobre um roubo. Esse é de verdade um dos meus preferidos (vi cheio de expectativa e não me decepcionei). O roteiro é quase perfeito, a trilha é perfeita de verdade (toda baseada no estilo Ragtime, que reduzindo bastante é uma forma suingada de tocar piano), e com a dupla Redford/Newman no auge. Agora você esquece que eu fiquei babando os filmes aqui e vai ver sem esperar muita coisa.

Só pra ficar claro, os termos “mais que lasanha” e “mais que ceia de Natal” são usados para caracterizar coisas muito bem feitas ou muito boas.

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Hello World! Ou melhor: hello meia dúzia de desocupados que lerão isso!

julho 15, 2009 at 10:07 pm (Uncategorized)

Este será um blog sobre cinema. Vou tornar pública (por mais centrado em mim mesmo que isso possa parecer ) minha relação passional e racional com o cinema, que consiste apenas em assistir o maior número de filmes que eu puder, seja no cinemark do plaza, no cinearte baratinho da uff, na minha humilde residência ( not-widescreen TV, not-skywalker sound, mas pelo menos o sofá é confortável) ou na casa da Nathalia . Pra começar vou sugerir um filme bem divertido,pra você não perder seu precioso tempo de férias na locadora arriscando-se a alugar uma meleca de filme.
Obs.: Este blog não tem como objetivo contribuir com a decisão do governo de não exigir diploma para a carreira jornalística. Até porque esse e os próximos textos não são nem serão jornalísticos e manterão (prometo) sua qualidade discutível.

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Três Reis
O filme já começa peculiar (há) pelo elenco: George Clooney (que na época estava no processo de recuperação do respeito perdido com Batman e Robin (credo)), Mark Walhberg (que está nesse processo agora depois de ter feito Max Payne), Ice Cube (cubo de gelo), e Spike Jonze (diretor sem noção de Quero ser John Malkovich e Adaptação e um dos criadores do Jackass). O filme é uma comédia de guerra muito bem feita, teve até na época uma polêmica porque ficaram na dúvida se não usaram um cadáver de verdade pra filmar uma cena onde uma bala perfura um… cadáver (se for verdade, com certeza foi idéia do Spike Jonze). A guerra no caso desse filme é a do Golfo, e uma coisa que eu percebi é que raros filmes ambientados em outras guerras são também comédias, enquanto vários sobre a do Golfo o são, como Soldado Anônimo. Uma das coisas legais desse filme é que tem pouca crítica política dentro, apesar de ser um filme de guerra. Na verdade, tem bastante, só que ela sempre se apresenta parodiada, sempre muito bem disfarçada pelo humor. É molinho de achar na locadora porque quase ninguém pega. Eu o vi há bastante tempo, na escola, quando a professora descolada de geografia passou.

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Hello world!

julho 15, 2009 at 4:34 pm (Uncategorized)

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